Como neutralizar os Sabotadores que impedem seu cliente de prosperar?
Saudações Positivas!
No e-mail anterior falei sobre como nossa mente pode sabotar o sucesso do nosso cliente e até a felicidade dele. Expliquei os dez principais sabotadores e compartilhei um assessment para você aplicar em seu cliente e identificar seus principais sabotadores. Hoje vou contar como podemos combater ou lidar melhor com esses sabotadores.
Obs: Se você ainda não fez esse teste ou mesmo não o aplicou em seu cliente, você pode fazê-lo nesse link do meu site: https://www.
Como lidar com os Sabotadores?
Vou te contar uma história pessoal sobre um dos meus principais sabotadores: o Insistente. O Insistente é perfeccionista, é aquele que precisa fazer tudo com perfeição e se frustra quando não consegue.
Você pode achar que isso é ótimo, que graças a ele fazemos tudo com qualidade, portanto ele não deveria ser um sabotador. Mas na verdade ele é, porque não somos perfeitos e dificilmente conseguimos fazer algo com perfeição, por isso nos frustramos muito. E se exigimos a mesma perfeição do outro, criamos muitos conflitos. Além disso, existe um outro problema: ele nos faz procrastinar. Isso mesmo, procrastinar!
Vou dar um exemplo:
Quando fiz meu Mestrado sobre Psicologia Positiva na USP, demorei quase 4 anos para defender, sendo que o prazo oficial eram 3 anos. Tive que entrar com pedido de prorrogação. Meus colegas de orientação, que ingressaram no mestrado/doutorado no mesmo ano que eu, todos já haviam defendido suas teses ou dissertações. Alguns que entraram um ano depois de mim, já haviam finalizado, e eu ainda não, e sabe porquê? Porque eu achava que minha dissertação não estava boa. Na verdade (hoje entendo isso), eu achava que ela ainda não estava perfeita, e por isso eu procrastinava a defesa.
Cada vez que eu a lia, encontrava inúmeras correções e pontos de melhoria, ou capítulos que poderiam ser melhorados se eu incluísse mais uma dúzia de artigos científicos. Então, certo dia, meu orientador falou: Vamos marcar sua defesa. Respondi que a dissertação ainda não estava boa, e ele me disse: Helder, seu trabalho já tem mais de 300 páginas! Uma dissertação não é um tratado. Olha, ela pode não estar perfeita, mas já está suficientemente boa para a banca. Pare de enrolar e parta para a defesa!
Sábio conselho do professor e por isso o chamamos de orientador.
O que aprendi com essa história?
Aprendi que, muitas vezes, minha insistência em fazer algo com perfeição é apenas uma forma de procrastinar um momento que vai me causar ansiedade ou me tirar da zona de conforto, como a defesa do mestrado ou o lançamento de um novo projeto. E muitas pessoas já me relataram esse mesmo problema. Por exemplo, algumas pessoal me contaram que investiram bastante tempo e dinheiro em cursos, estão cheios de diplomas, mas até hoje ainda não se lançaram profissionalmente porque acham que ainda não estão preparadas ou não possuem conhecimento suficiente. Costumo dizer a elas: Você já está pronta, já sabe o bastante, já fez um monte de cursos, já leu um bocado de livros, então agora é só colocar tudo isso em prática. Vai lá e arrasa! Você consegue!
Como enfraquecer o Sabotador do seu cliente?
O primeiro passo é desmascarar o Sabotador, ou seja, reconhecê-lo e identificá-lo no momento exato em que ele entra em ação. Para isso, você tem que estar atento às falas do seu cliente e pensamentos que ele manifesta. Por exemplo, se me pego pensando: Acho que vou adiar a data planejada para a defesa, pois o trabalho ainda não está perfeito.
Uma boa dica é dar um apelido para o seu sabotador. O Insistente eu chamo de Perfeitinho, o Prestativo chamo de Madre Teresa e o Evitativo, chamo de Fujão.
Cada pessoa deve dar ao seu sabotador o nome que mais fizer sentido para ela. E se esse nome tiver um apelo emocional, melhor ainda! Quer um exemplo?
Certa vez atendi a uma pessoa que tinha o Sabotador Controlador muito alto. Essa pessoa me relatou que esse Sabotador se manifestava através de diálogo interno e tinha a voz da mãe dele, que, por sinal, era extremamente controladora. Quando criança, ele apelidou mentalmente a mãe dele “chefona”. Quando fizemos esse trabalho dos Sabotadores, essa pessoa apelidou o seu Sabotador de chefona, assim ele se lembraria dos comportamentos controladores que mãe dele tinha e o quão isso o fazia sofrer, tomando consciência imediata de que não poderia permitir que isso acontecesse com ele mesmo.
No meu caso, toda vez que me pego adiando algo por achar que não está perfeito, digo a mim mesmo: Lá vem o Perfeitinho querendo ser o perfeitão!
Uma vez que o sabotador foi desmascarado, torna-se possível neutralizar o seu efeito. É necessário ficar atento às justificativas que dou para tentar me convencer de que ele não é um sabotador. Por exemplo: Não estou me sabotando, apenas quero fazer as coisas com excelência e defender minha tese com louvor.
Nesse instante, é importante rebater esses argumentos e mudar sua forma de pensar: O trabalho nunca ficará perfeito, porque sempre é possível melhorar. Mas ele já está excelente, e mais do que suficiente para que possa ser defendido com louvor. Vou manter a data e arrasar!
Um grande abraço e muiittoo floww!
Helder Kamei
CSI – Character Strengths Interventor
Fundador do Instituto FLOW®